Ficha técnica:

artista: Bruno Oliveira

técnica: livro de artista impresso com xilogravura e monotipia, 6 páginas: encadernação manual

dimensões: 15x14,5 cm (fechado), 60x14,5 cm (aberto)

suporte: papel japonês Mingei

tiragem: sem tiragem (impressão única)

ano: 2020

 

Observações:

A fotografia aqui apresentada é de referência, assim a tonalidade do papel e da impressão podem variar um pouco em relação ao que se visualiza na tela. 

A obra é enviada sem moldura, em um envelope rígido, com certificado de autenticidade assinado pelo artista. Algumas das obras são impressas sob demanda e outras estão disponíveis para pronta entrega. Entraremos em contato para informar os prazos de entrega.

 

Mais informações sobre esta obra:

Namazu-e é o nome de uma lenda japonesa sobre um bagre gigante que vive nas profundezas das águas, sob o arquipélago. Quando o peixe se agita acontecem terremotos, como o que abalou a cidade de Edo (atual Tóquio), em 1855. No período Edo (1603 – 1868), regido pela casa da família Tokugawa, as xilogravuras ukiyo-e eram muito populares. Os editores de estampas estavam sempre à procura de novos temas para emplacar mais vendas. Com o terremoto de 1855, a lenda do bagre gigante logo rendeu um grande volume de imagens contando a história. Apesar da tragédia ocasionada pelo terremoto, namazu-e ganhou um ar hedonista, pois com as catástrofes naturais os ricos se sentiam na obrigação de dividir suas fortunas para restabelecer as cidades e ajudar seus habitantes mais pobres. Por conta da perda de dinheiro e privilégios dos mais abastados, a figura do bagre tornou-se uma forma de ironizar os costumes e a postura dos dirigentes políticos de Edo. Por conta da moral neoconfucionista do xogunato, logo a censura do governo Tokugawa proibiu a circulação das estampas da lenda do bagre gigante.

O livro que representa a lenda japonesa foi criado no momento em que o mundo contemporâneo vive sua maior crise sanitária, a pandemia da Covid-19. Apesar de estar presente no folclore nipônico, a moral da lenda de namazu-e cai hoje como uma luva na realidade dos países do terceiro mundo.  

A revista estadunidense Forbes publicou, em abril de 2021, uma nova lista com as pessoas mais ricas do mundo, em que constavam os nomes de onze novos bilionários brasileiros, um recorde. No mesmo ano em que cresceu de forma avassaladora o número de cidadãos abaixo do nível da pobreza no país, por conta também da pandemia, alguns poucos brasileiros acumularam cifras que ultrapassam os sete dígitos, enquanto uma grande parcela da sociedade não tem condições de se alimentar e suprir suas necessidades vitais.

O livro namazu-e é construído a partir de uma única tira com impressões em xilogravura e desenhos feitos com monotipia. A tira horizontal é dobrada em quatro páginas, frente e verso, e é colada em uma capa rígida revestida por tecido preto.

Além da figura do peixe, desenhada em tinta vermelha alaranjada, as figuras das estampas dessa xilogravura representam de forma subjetiva o caos gerado por um terremoto. Desenhos de ondas se entrelaçam com figuras de folhas, flores e troncos retorcidos, além da representação do vento a partir de desenhos lineares.

Para ampliar a sensação do tremor provocado pelo peixe, a tinta vermelha à base de óleo ganhou uma carga maior de aglutinante, para que, ao ser absorvida pelo papel, se espalhe provocando uma mancha, um borrão alaranjado ao redor da figura do bagre. As variações de pressão na impressão das matrizes de madeira com colher de bambu e a repetição das figuras, ampliam a profundidade das ondas provocadas pelo terremoto e das folhas de bordo (momiji), que se espalham por toda a cena.

Ao abrir o livro, o leitor se depara com duas páginas em preto e branco, que escondem a figura do peixe. As páginas são construídas com o dorso da estampa impressa com colher de bambu. Assim, apesar do nítido desenho das folhas e flores que voam na superfície do papel washi, as figuras se apresentam em tom acinzentado. A massa do papel atua como uma névoa que indica o caráter fantástico da narrativa.

 

Bruno Oliveira - Namazu, a lenda do bagre gigante

R$700,00
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artista: Bruno Oliveira

técnica: livro de artista impresso com xilogravura e monotipia, 6 páginas: encadernação manual

dimensões: 15x14,5 cm (fechado), 60x14,5 cm (aberto)

suporte: papel japonês Mingei

tiragem: sem tiragem (impressão única)

ano: 2020

 

Observações:

A fotografia aqui apresentada é de referência, assim a tonalidade do papel e da impressão podem variar um pouco em relação ao que se visualiza na tela. 

A obra é enviada sem moldura, em um envelope rígido, com certificado de autenticidade assinado pelo artista. Algumas das obras são impressas sob demanda e outras estão disponíveis para pronta entrega. Entraremos em contato para informar os prazos de entrega.

 

Mais informações sobre esta obra:

Namazu-e é o nome de uma lenda japonesa sobre um bagre gigante que vive nas profundezas das águas, sob o arquipélago. Quando o peixe se agita acontecem terremotos, como o que abalou a cidade de Edo (atual Tóquio), em 1855. No período Edo (1603 – 1868), regido pela casa da família Tokugawa, as xilogravuras ukiyo-e eram muito populares. Os editores de estampas estavam sempre à procura de novos temas para emplacar mais vendas. Com o terremoto de 1855, a lenda do bagre gigante logo rendeu um grande volume de imagens contando a história. Apesar da tragédia ocasionada pelo terremoto, namazu-e ganhou um ar hedonista, pois com as catástrofes naturais os ricos se sentiam na obrigação de dividir suas fortunas para restabelecer as cidades e ajudar seus habitantes mais pobres. Por conta da perda de dinheiro e privilégios dos mais abastados, a figura do bagre tornou-se uma forma de ironizar os costumes e a postura dos dirigentes políticos de Edo. Por conta da moral neoconfucionista do xogunato, logo a censura do governo Tokugawa proibiu a circulação das estampas da lenda do bagre gigante.

O livro que representa a lenda japonesa foi criado no momento em que o mundo contemporâneo vive sua maior crise sanitária, a pandemia da Covid-19. Apesar de estar presente no folclore nipônico, a moral da lenda de namazu-e cai hoje como uma luva na realidade dos países do terceiro mundo.  

A revista estadunidense Forbes publicou, em abril de 2021, uma nova lista com as pessoas mais ricas do mundo, em que constavam os nomes de onze novos bilionários brasileiros, um recorde. No mesmo ano em que cresceu de forma avassaladora o número de cidadãos abaixo do nível da pobreza no país, por conta também da pandemia, alguns poucos brasileiros acumularam cifras que ultrapassam os sete dígitos, enquanto uma grande parcela da sociedade não tem condições de se alimentar e suprir suas necessidades vitais.

O livro namazu-e é construído a partir de uma única tira com impressões em xilogravura e desenhos feitos com monotipia. A tira horizontal é dobrada em quatro páginas, frente e verso, e é colada em uma capa rígida revestida por tecido preto.

Além da figura do peixe, desenhada em tinta vermelha alaranjada, as figuras das estampas dessa xilogravura representam de forma subjetiva o caos gerado por um terremoto. Desenhos de ondas se entrelaçam com figuras de folhas, flores e troncos retorcidos, além da representação do vento a partir de desenhos lineares.

Para ampliar a sensação do tremor provocado pelo peixe, a tinta vermelha à base de óleo ganhou uma carga maior de aglutinante, para que, ao ser absorvida pelo papel, se espalhe provocando uma mancha, um borrão alaranjado ao redor da figura do bagre. As variações de pressão na impressão das matrizes de madeira com colher de bambu e a repetição das figuras, ampliam a profundidade das ondas provocadas pelo terremoto e das folhas de bordo (momiji), que se espalham por toda a cena.

Ao abrir o livro, o leitor se depara com duas páginas em preto e branco, que escondem a figura do peixe. As páginas são construídas com o dorso da estampa impressa com colher de bambu. Assim, apesar do nítido desenho das folhas e flores que voam na superfície do papel washi, as figuras se apresentam em tom acinzentado. A massa do papel atua como uma névoa que indica o caráter fantástico da narrativa.