Pedro Pessoa - sem Título (da série: Ser)
Ficha técnica:
artista: Pedro Pessoa
técnica: xilogravura em cores
dimensões: 25x27,5 cm
suporte: papel Wenzou 40g/m2
tiragem: P.A.
ano: 2018
Observações:
A fotografia aqui apresentada é de referência, assim a tonalidade do papel e da impressão
podem variar um pouco em relação ao que se visualiza na tela.
A obra é enviada sem moldura, em um envelope rígido, com certificado de autenticidade
assinado pelo artista. Obra disponível para ponta entrega. Entraremos em contato para informar os prazos de entrega.
Mais informações:
Sobre a série “Ser”
A alguns anos venho trabalhando a ideia de que a impressão possa ser não apenas o último processo técnico na produção de uma gravura, mas também parte do processo criativo, passei a combinar matrizes que foram pensadas para serem uma imagem e a partir dai a medida que as outras imagens iam surgindo passava a adicionar mais informação com a gravação de outras matrizes, utilização de mascaras (stencil), monotipias e impressões em papeis de livros ou sobre provas de estado esquecidas no fundo da mapoteca.
A partir dessa ideia surgiram diversos conjuntos de imagens, algumas poderiam funcionar lado a lado outras de desprenderam da serie para iniciar, quem sabe, uma nova, mas ainda mantenho esse nome, que pode significar mais o momento e a pesquisa do que diretamente a um tema.
A imagem que apoia a maioria dessas gravuras é uma árvore que gravei em quadricromia para o álbum coletivo “Urutu” e dei o nome de “as sombras da castanheira” para ilustrar o texto do prefacio escrito por Ulysses Boscolo. A outra imagem que ganha espaço é um autorretrato de corpo inteiro, nu, que busca um asana, apesar de não ser o tema, o fato de me colocar pessoalmente deve significar uma busca interior, mas gosto de pensar que é também uma representação da subjetividade e sensibilidade dadas a cada um de nós.
A junção dessas duas imagens e do início da primeira série de impressões surge a partir uma passagem que aparece em um livro de Carlos Castañeda, Viagem a Yxtlan, onde o personagem passa a conseguir enxergar além da realidade imposta e a compreender as relações entre o ser humano e a natureza, quando homens se transformam em arvores e dançam agarrados nos penhascos de uma cachoeira com “raízes” que se fazem extensões de seu corpo. Estava lendo esse livro em viagem ao Pantanal sul mato-grossense, local que surpreende pela força com que a natureza se impõe sobre nossos corpos, logo ao surgirem as primeiras ideias fiz anotações que viriam a colaborar com a produção das gravuras.
A subjetividade da serie talvez não me deixe expressar em palavras o que elas realmente significam para mim e deixo que a livre interpretação de cada um complete com mais sentidos as imagens.
Em algumas adiciono títulos como: Ser habitável, Ser permeável ... em outras os títulos poderiam não colaborar para compreensão subjetiva.
A serie é ainda um “trabalho em processo”